Paris 6
Jantar no Paris 6 é como jantar no Projac. Talvez um pouco pior do que isso: me senti numa cidade cenográfica do SBT. E não é só por causa da decoração supostamente parisiense. Os pratos são tão artificiais que dá pra achar que te serviram comida cenográfica.
Experimentei o restaurante há uns três ou quatro meses, depois disso ouvi gente dizendo que melhorou bastante, que o cardápio foi reformulado e que andam acertando mais. Pode ser. Mesmo assim não tenho nenhuma vontade de voltar lá.
O que mais me decepcionou foi a desonestidade da coisa toda. Pedi um caldo qualquer de entrada, não me lembro o nome agora, lembro que prometiam legume assim e assado, tempero esse e aquele, tudo gratinado com um bom queijo. O que veio foi uma sopa pronta de pacotinho servida em louça cara. O único cuidado que tiveram foi simular um caldo verdadeiro, para isso eles colocaram um ou dois aspargos decorando o prato. “Se colocarmos um aspargo ela nem vai notar que é sopa de pozinho”.
Aí veio o prato principal, um steak tartare que era de matar o guarda. Lembrava muito uma carne de quinta moída há uma semana e descongelada no microondas.
Fora a comida não ser nada boa, os garçons são suficientemente arrogantes para serviram num restaurante que pretende simular Paris. E eu ainda cometi a terrível gafe de pedir um talher para o sommelier. Toda aquela tapeçaria e veludo com aqueles detalhes em dourado e eu cometo o deslize de pedir um talher pro sommelier -- que só conseguiu me dizer que iria transmitir meu pedido ao garçom.
Ia me esquecendo, o cardápio de sobremesas é uma bandeja com réplicas em plástico e isopor dos doces que eles têm lá. Não comi, mas imagino que você escolhe um daqueles, eles te servem o doce de isopor mesmo, mas com calda de chocolate e redução de licor de cassis.
Eles prometem fazer você se sentir em Paris, o máximo que conseguem é fazer você se sentir no cenário de “As Pupilas do Senhor Reitor”.
Cotação: 1 sobrancelha do Albieri
Experimentei o restaurante há uns três ou quatro meses, depois disso ouvi gente dizendo que melhorou bastante, que o cardápio foi reformulado e que andam acertando mais. Pode ser. Mesmo assim não tenho nenhuma vontade de voltar lá.
O que mais me decepcionou foi a desonestidade da coisa toda. Pedi um caldo qualquer de entrada, não me lembro o nome agora, lembro que prometiam legume assim e assado, tempero esse e aquele, tudo gratinado com um bom queijo. O que veio foi uma sopa pronta de pacotinho servida em louça cara. O único cuidado que tiveram foi simular um caldo verdadeiro, para isso eles colocaram um ou dois aspargos decorando o prato. “Se colocarmos um aspargo ela nem vai notar que é sopa de pozinho”.
Aí veio o prato principal, um steak tartare que era de matar o guarda. Lembrava muito uma carne de quinta moída há uma semana e descongelada no microondas.
Fora a comida não ser nada boa, os garçons são suficientemente arrogantes para serviram num restaurante que pretende simular Paris. E eu ainda cometi a terrível gafe de pedir um talher para o sommelier. Toda aquela tapeçaria e veludo com aqueles detalhes em dourado e eu cometo o deslize de pedir um talher pro sommelier -- que só conseguiu me dizer que iria transmitir meu pedido ao garçom.
Ia me esquecendo, o cardápio de sobremesas é uma bandeja com réplicas em plástico e isopor dos doces que eles têm lá. Não comi, mas imagino que você escolhe um daqueles, eles te servem o doce de isopor mesmo, mas com calda de chocolate e redução de licor de cassis.
Eles prometem fazer você se sentir em Paris, o máximo que conseguem é fazer você se sentir no cenário de “As Pupilas do Senhor Reitor”.
Cotação: 1 sobrancelha do Albieri